Zuanazzi afirma, em depoimento na CPI, que ANAC cumpre o seu papel
"Estamos fazendo o nosso papel para definir o ambiente
regulatório no setor aéreo nacional" afirmou o
diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), Milton Zuanazzi, na CPI do Apagão Aéreo da Câmara
dos Deputados, nesta quinta-feira, 24/05. "Nosso marco legal
é de 1986. A Agência não pode fazer um ato de infração
(multas) contra as companhias aéreas, contra o marco
regulatório. As companhias também têm direito a ampla
defesa."
Sabatinado pelos parlamentares, em sua exposição inicial
revelou que a Agência está fazendo uma transição "sem
solução de continuidade". "Nós mantivemos os
funcionários civis e militares do antigo DAC e suas várias
áreas, como CERNAI, que coordena o tráfego aéreo
internacional." - informou.
Segundo Zuanazzi, a ANAC, criada há apenas um ano, tem
cumprido a sua tarefa de fiscalizar e mudar o marco
regulatório, além de baixar normas, promover
fiscalizações permanentes nas companhias aéreas através de
seus inspetores.
"A ANAC já suspendeu as autorizações
para funcionamento de duas empresas aéreas nesse ano de
existência por não atenderem às recomendações técnicas."
Na fase de questionamento pelos parlamentares, Zuanazzi
afirmou que a ANAC
está incentivando cada vez mais a concorrência para
estimular uma competição saudável no mercado e evitar a
concentração em apenas duas empresas. Referiu-se a uma
medida estimulada há 15 dias atrás para um "code-share"
entre a Ocean Air e BRA.
"Em 2006 o cenário do mercado agravou-se ainda mais com a
crise da Varig", disse.
Apesar dessas dificuldades, a que se soma a existência de malhas aéreas
bastante integradas - que afeta a ponta do sistema - Zuanazzi
revelou-se, entretanto, entusiasmado com as perspectivas de crescimento do
mercado aéreo brasileiro, afirmando que ainda é incompatível a
relação entre o número de aeronaves para o explosivo crescimento da
demanda de usuários do sistema aéreo, graças aos estímulos tarifários
para o aumento dos passageiros.
Congonhas
Zuanazzi esclareceu que a ANAC não tem a incumbência de fiscalizar as obras de aeroportos, mas a necessidade da obra e o estágio em que se
encontram de acordo com o seu cronograma. Quem tem a incumbência para a
execução das obras é a Infraero.
Com essa explicação, justificou que obras da pista principal do Aeroporto
de Congonhas só foram iniciadas recentemente. A razão é que as chuvas intensas que caíram durante todo o verão em São Paulo impediram o início da obra da pista principal.
Mercado saturado
Sobre o crescimento do mercado aéreo no Brasil, Zuanazzi alertou os parlamentares sobre o esgotamento das possibilidades do aumento demanda via capacidade
das aeronaves e o tempo de vôo máximo que as companhias podem realizar com seus equipamentos. A Gol e a TAM já voam acima da média internacional mais recomendada que é de 9 horas, pois ambas cumprem 13 horas em média de vôo de suas frotas. Deste modo só os resta uma saída para atender ao mercado - investir fortemente em infra-estrutura aeroportuária", advertiu o diretor-presidente da ANAC.
Investir em infra-estrutura significa para ele novos aeroportos, citado como exemplo apontando, entre as soluções que está sendo estudada para São Paulo - mercado, aliás já bastante saturado - a ampliação e a adaptação do Campo de Marte.
Agência Câmara
Segundo a Agência Câmara, o diretor-presidente da ANAC, Milton Zuanazzi, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea que o problema de atrasos e cancelamentos de vôos no Brasil é histórico e vem desde antes do acidente com o avião da Gol, em setembro do ano passado, que deflagrou a crise no setor. O presidente da Anac apresentou dados desde 2003 sobre atrasos e cancelamentos de vôos, mas ressaltou que o quadro é bem anterior a esse ano.
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Publicado em 24/05/07, às
18h30
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